sábado, 31 de dezembro de 2016

POESIAS, PENSAMENTOS E REFLEXÕES - BOM MESMO É... LEVEZA!

LEVEZA

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Bom mesmo... é, abrir o peito... como se fosse arrancar a alma, e despertar esse anjo que aí... mora, e sereno... tudo transmudar em sutileza, e depois... ao longo do trajeto, jogar as coisas... fora. 
Abandonar os excessos de si mesmo, sem mentir, desancorar a intolerância dos olhos e da voz, margear as magoas, e desfazer dos desprazeres, e contemplar a finitude do existir, sem estar entorpecido com os sonhos, com as ilusões, e nem se perder num desalento atroz. 
Bom mesmo... é, abrir o canto... de alegria, transfigurar-se em contemplação, falar pouco... quase nada... emudecer, mas... quando pedirem o seu grito: 
Que ele ecoe sem ferir, sem machucar, e que seu discurso tenha a leveza de uma brisa, e a intensidade de uma tempestade. 
Podes... até ter uma vida monástica... e vire silêncio, sem se enclausurar. 
Podes... até caminhar por todas as estradas em dias de temporal, mas, eternize o seu sorriso em dias de solidão. 
Podes... até, ter no caráter um traço inabordável, mas seja aberto... a luz, nem que seja de um vaga-lume, não basta contemplar uma rosa, tens que tomar de assalto o seu perfume. 
Leveza não é somente ouvir uma musica, é sentir a sinfonia, e pouco é molhar-se ao mar, tens é... que ouvir o murmúrio das ondas, e ínfimo é viver dizendo eu te amo... assim fica incompleto, tens é... que ter um lugar na alma para o afeto. 
Mas, se passou por aqui e não conseguiu arrepiar a alma... com as emoções da vida, com a doçura de um poema, com a beleza de um riso, com a delicadeza de uma flor, pouca coisa valeu... só passou por aqui e embruteceu. 
Leveza... é andar suavemente sobre suas escolhas, suas conquistas, seus deslizes, suas culpas e a tudo recompor, e depois... saltar sobre os abismos do medo e se encontrar. 
Leveza... é, se tiver que partir não ter nada para levar... além do amor. 
Ari Mota

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